Proximidade e distância entre as línguas europeias

distancialexical

No gráfico acima – clique aqui para ver o gráfico em tamanho maior -, indicam-se, pelos diferentes tipos de traços ou pontilhados, a distância (ou, a depender do ponto de vista, a proximidade) lexical – isto é, no vocabulário geral – entre as línguas europeias. As cores refletem grupos.

O português e o galego, por exemplo, compartilham mais de 75% do vocabulário com o espanhol; entre 55% e 75%, com o italiano; e entre 40 e 55%, com o francês. Já o catalão tem mais de 75% de léxico compartilhado com o espanhol e com o italiano; e o italiano; de 55% a 75% com o francês, que por sua vez tem entre 30% e 40% de léxico compartilhado com o inglês, etc.

A imagem em tamanho original está aqui.

Hindustâni, uma macrolíngua que inclui o urdu e o híndi (com acento)

indian-village-girl-writing-english-alphabet-on-a-chalkboard-in-a-d010nx

A língua oficial da Índia é o híndi; a língua oficial do Paquistão é o urdu. Na fala, o urdu e o híndi são praticamente indistinguíveis, razão pela qual muitos linguistas defendem tratar-se de duas variantes de uma mesma língua (o chamado hindustâni). O hindustâni seria, assim, uma macrolíngua que incluiria o híndi e o urdu. 

O híndi e o urdu distinguem-se sobretudo na escrita: o urdu usa o alfabeto persa (por sua vez, uma derivação do alfabeto árabe e, como tal, escrita da direita para a esquerda), enquanto o híndi é escrito em um alfabeto próprio da Índia, o devanágari.

A palavra híndi é paroxítona e, por isso, leva acento em português (do mesmo modo que hindustâni, por ser uma paroxítona terminada em -i, como táxi ou martíni, e ao contrário das oxítonas tupi, sambaqui).

urdu se pronuncia “urdú” e, por isso, não leva acento em português (como urubu, beiju, baiacu).

devanágari obviamente também leva acento, como todas as proparoxítonas em português.

O papiá, ou a doce papiação (quase portuguesa) de Macau

Como se sabe, Macau é uma cidade na China que até 1999 foi colônia portuguesa e que tem até hoje o português como língua oficial (embora menos de 3% de seus habitantes de fato dominem a língua). O que é menos conhecido é que, além do português (e do cantonês, falado pela maioria dos macaenses), existe uma língua única de Macau: o papiá ou papiação macaense: língua local derivada diretamente do português, com simplificações e adaptações diversas, mas que, aos nossos ouvidos, não deixa de encantadoramente familiar.

O papiá de Macau já está (ou estava) quase extinto, até que grupos de macaenses, como os do excelente vídeo a seguir, começaram a produzir conteúdo na língua, de modo a não deixar morrer a “doce papiação de Macau“. Confiram:

Comentários?

Aportuguesamentos: traduzir ou não nomes de cidades e localidades estrangeiras?

Sem título.png

Uruguay“, em português, escreve-se Uruguai; a cidade italiana de “Firenze” em português chama-se Florença; e Alemanha e Berlim são os aportuguesamentos de “Deutschland” e “Berlin“. Mas como escrever, em um texto formal em português, Myanmar? Malawi? Bangladesh?

Muitas pessoas sentem-se inseguras quando precisam escrever em português nomes de países e cidades estrangeiras que não têm uma tradução conhecida em português. A resposta, nesses casos, é: nunca inventar traduções e aportuguesamentos.

Diferentemente das regras ortográficas anteriores, o novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa expressamente autoriza o uso das letras “k”, “w”, “y” e de quaisquer combinações gráficas incomuns no português (como “sh”) na escrita de nomes próprios estrangeiros e de seus derivados. O próprio Acordo dá como exemplos Kuwait Malawi, que devem ser assim escritos, e cujos adjetivos pátrios são kuwaitianomalawiano.

O Acordo determina ainda que, “em congruência com” a reinserção das letras “k”, “w”, “y” no alfabeto português, a serem usados em nomes próprios (de pessoas e lugares) de origem estrangeira e em seus derivados, “mantêm-se nos vocábulos derivados eruditamente de nomes próprios estrangeiros quaisquer combinações gráficas ou sinais diacríticos não peculiares à nossa escrita que figurem nesses nomes”, dando como exemplos “comtista”, “garrettiano”, “jeffersônia”, “mülleriano” e “shakespeariano”.

Essa solução, de um lado, evita o antigo problema de como aportuguesar nomes estrangeiros: um verdadeiro problema, porque, se a solução a ser dada em alguns casos é óbvia (como Jakarta = Jacarta), em outros há inúmeras possibilidades concorrentes, muitas das quais a tal ponto deformadoras que dificultam a identificação do nome original: pense-se nos casos de Bangladesh, Kinshasa, Liechtenstein, Washington, Ottawa ou do próprio Kuwait.

(Especificamente sobre o Kuwait: antes dos tempos do Acordo Ortográfico, quando os puristas entendiam que, se o alfabeto português não tinha as letras “k”, “w” e “y”, puristas perderam tempo precioso imaginando – e defendendo – soluções das mais diversas: Cuvaite, Coveite, Kuait [porque aparentemente, para alguns, o “w” choca mais do que o “K”], Cuaite, Cuuaite, Quaite… O Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa veio pôr fim ao dilema, ao estabelecer que Kuwait, em português, é Kuwait.)

De outro lado, essa mudança na normativa oficial da língua portuguesa apenas reflete um entendimento multilateral acerca do tema: desde a década de 1970, a ONU (Organização das Nações Unidas) realiza periodicamente as Conferências das Nações Unidas para a Padronização de Nomes Geográficos (United Nations Conferences on the Standardization of Geographical Names – UNCSGN), nas quais, ouvidos especialistas e técnicos da área da toponímia (a ciência que estuda dos nomes geográficos) de todo o mundo, os países membros da ONU aprovaram resoluções que reconhecem os inconvenientes causados pelo grande número de traduções de nomes geográficos.

Por resoluções aprovadas no contexto da ONU, os países membros da ONU – inclusive Brasil, Portugal e demais países lusófonos – comprometeram-se a restringir o uso de traduções (“aportuguesamentos”, no nosso caso) apenas aos casos de longa tradição e uso corrente e a, ademais, não criarem nem inventarem novas traduções para países ou localidades que viessem a surgir ou que não tivessem tradução tradicional e em uso.

É o que determina, por exemplo, a bastante direta resolução III/17 da Conferências das Nações Unidas para a Padronização de Nomes Geográficos:

Sans titre.png

Pela resolução, os países membros da ONU, “reconhecendo ser desejável evitar a criação de novos exônimos” (isto é, traduções de nomes próprios de países, cidades e demais localidades), “recomenda que cada país use na sua língua, para novos países independentes, e para países que adotem novos nomes, até onde for possível, o nome oficial local usado pelo próprio país“.

É por essa razão que em português – do mesmo modo que em inglês, francês, espanhol, italiano, etc. – se têm, nas últimas décadas, adotado nas formas originais (sem tradução) nomes como Bangladesh, Kiribati, Kosovo, Ilhas Cook, Ilhas Marshall, Malawi, Myanmar, Sri Lanka, etc.

Também em consonância com as resoluções internacionais sobre o tema, com  a prática internacional e com o uso majoritário, mesmo as obras de referência (como dicionários e enciclopédias) têm substituído formas aportuguesadas que caíram em desuso pela forma original – como no caso de Dublin, capital da Irlanda, que os dicionários antigos traziam aportuguesada como “Dublim“.

E o que se percebe é que nem o português nem língua alguma sai prejudicada por isso. A língua portuguesa não fica mais ou menos fortalecida por, como fazem todas as grandes línguas de cultura do mundo hoje, usar nomes próprios estrangeiros – seja de pessoas, seja de lugares – em suas grafias originais, com exceção daqueles poucos casos com aportuguesamento tradicional de uso disseminado.

Não apenas a língua não resulta prejudicada, mas as vantagens são evidentes: a invenção, em pleno século XXI, de novas traduções para nomes de lugares representa, como bem notaram os países na ONU, inconvenientes e prejuízos de ordem técnica, financeira e no dia a dia, a viajantes, turistas, estudantes e mesmo ao funcionamento de programas de computador.

No fundo, a obsessão de certos puristas em tudo aportuguesar não é outra coisa que um capricho pessoal, mais que uma real preocupação com a defesa da língua – que não sofre nem sai prejudicada pela incorporação de nomes estrangeiros. Pelo contrário, as línguas mais “vigorosas” do mundo hoje, como o inglês e o francês, incorporam intocados quase todos os nomes estrangeiros, de “Liechtenstein” a “Fukushima”.

E, mais que tudo, essa obsessão aportuguesadora sempre se revelará insuficiente – um trabalho não apenas sem utilidade, mas sem conclusão possível – pois é impossível aportuguesar todos os nomes de todas as localidades, cidades, povoados, rios, estados, províncias, regiões, divisões de todos os países do mundo. Em outras palavras, sempre haverá nomes de localidades traduzidos (como “Alemanha” em vez de Deutschland, “Japão”, etc.) e nomes não traduzidos (como “Washington”, “Miami”, “Buenos Aires”), e aceitar isso é a primeira importante lição que precisa aprender qualquer pessoa que pretenda dedicar-se às ciências toponímicas, ao estudo dos nomes geográficos.

Por mais que se aportuguese, por mais que se inventem milhares de novos aportuguesamentos (insista-se: sem que isso no fim das contas acarrete qualquer utilidade real para os falantes da língua – muito pelo contrário), a verdade é que nunca se sairá da situação que já é a atual: a de coexistência de nomes geográficos aportuguesados com formas estrangeiras usadas sem tradução. Sempre foi assim, é assim em todas as línguas do mundo e sempre assim será. O melhor é aceitar que é assim que as línguas – e o mundo – funcionam, e que assim se está perfeitamente bem.

Os diferentes sons da letra R em português

cool-letter-r-fonts_367205mistral-ttfu14722845a19b14ed30ec7bfd38e923d30f2f8082

 

Nenhuma letra é pronunciada de tantas formas em português quanto o R. A maioria dos falantes de português por si só já tem no mínimo duas pronúncias distintas do “r”: uma para o “r” entre vogais, por exemplo na palavra “arara” (ou “caro”, “íris”, “urubu”, etc.), e outro usado no início de palavras ou quando dobrado: é o “r” de “rio” ou de “carro”.

Em partes, porém, da África lusófona, e mesmo em partes do Brasil, esse som do “r” “fraco” é usado também no início de palavras ou entre vogais (de modo que a palavra “carro” soa como “caro”) – é o caso, por exemplo, do sotaque de partes do interior do estado brasileiro de Santa Catarina.

Por outro lado, há muitos falantes que, além de um erre inicial e dobrado e outro erre entre vogais, pronunciam ainda de forma diferente o erre quando em final de palavra ou de sílaba – por exemplo em “mar”, “carne”, etc.

Além de chegar a ser mudo no final de palavras, como ocorre em grande parte do Brasil, na fala informal, no final de verbos (como “beber” etc., em geral pronunciados “bebê” etc.), a letra “r”, quando efetivamente pronunciada, pode ser pronunciada com o uso de pelo menos outros treze fonemas distintos. Os arquivos de áudio abaixo trazem, cada um, um fonema consonantal diferente, que representam letras diferentes no alfabeto fonético internacional e em outras línguas com maior número de consoantes, como o árabe; todos esses treze sons a seguir, porém, representam em português a letra “r”, na pronúncia de ao menos alguma região ou grupo do Brasil, de Portugal ou de algum dos demais países lusófonos:

https://en.wikipedia.org/wiki/File:Alveolar_tap.ogg#file

https://en.wikipedia.org/wiki/File:Retroflex_flap.ogg#file

https://en.wikipedia.org/wiki/File:Voiceless_glottal_fricative.ogg#file

https://en.wikipedia.org/wiki/File:Voiceless_uvular_fricative.ogg#file

https://en.wikipedia.org/wiki/File:Voiced_glottal_fricative.ogg#file

https://en.wikipedia.org/wiki/File:Voiceless_velar_fricative.ogg#file

https://en.wikipedia.org/wiki/File:Voiced_velar_fricative.ogg#file

https://en.wikipedia.org/wiki/File:Voiceless_pharyngeal_fricative.ogg#file

https://en.wikipedia.org/wiki/File:Voiceless_uvular_trill.ogg#file

https://en.wikipedia.org/wiki/File:Uvular_trill.ogg#file

https://en.wikipedia.org/wiki/File:Alveolar_trill.ogg#file

https://en.wikipedia.org/wiki/File:Alveolar_approximant.ogg#file

https://en.wikipedia.org/wiki/File:Retroflex_approximant.ogg#file

O gentílico e a pronúncia de Vanuatu

250px-flag_of_vanuatu-svg

Um forte terremoto atingiu Vanuatu, pequeno país e arquipélago situado no Oceano Pacífico. O sismo teve magnitude tamanha que gerou temor em toda a região quanto à possibilidade de tsunâmis (para recordar por que em português “tsunâmi” deve escrever-se com acento, clique aqui).

Com as raras menções a esse pequeno país, ressurgiu a dúvida: como pronunciar o nome do país? Vanuátu ou Vanuatú? E quem nasce em Vanuatu se chama como?

Em inglês, a pronúncia é paroxítona (*Vanuátu), mas a pronúncia correta do nome do país em português é oxítona: “Vanua – do mesmo modo que na própria língua nacional de sua população, o bislamá (língua sobre a qual também já escrevemos, aqui).

Embora a pronúncia seja Vanuatú, o nome do país não leva acento em português, simplesmente porque as palavras oxítonas terminadas em “u” não são acentuadas em português: urubuIguaçu, baiacu, Tuvalu, pirarucu, jacu.

Como o último “u” é tônico, quem nasce em Vanuatu deve ser chamado, em português, vanuatuense – a exemplo de Amapá/amapaense; Itajaí/itajaiense; Jequié/jequieense. A forma correta é a única acolhida pelo Dicionário Aurélio, pelo Dicionário Michaelis, pelo Dicionário Priberam e pelo Dicionário da Porto Editora – nenhum dos quais traz *vanuatense, forma errada que traz o Dicionário Houaiss.

vanuatucopy2

Quantas línguas existem?

IMG_0571.JPG

Quantas línguas existem no mundo? Os sistemas internacionais de padronização (ISO) e o saite ethnologue.com listam, hoje (21 de fevereiro de 2016), exatas 7102 línguas “vivas” no mundo – mas a maioria com número reduzidíssimo de falantes. Apenas 572 línguas têm status de línguas oficiais de países, estados, cidades ou regiões.

Destas mais de 7 mil línguas, 1531 são línguas consideradas ameaçadas de desaparecer, e outras 916 são consideradas já em vias de extinção.

A expectativa é a de que até 90% dessas mais de 7 mil línguas, porém, desapareçam até o fim deste século.

Atualização: Por uma enorme coincidência, menos de 24 horas após esta publicação, o saite ethnologue.com  acaba de levar a cabo uma de suas atualizações periódicas, e o dado que postamos aqui ontem, retirado do referido portal, já não é mais corroborado pelo próprio portal: de ontem para hoje, o ethnologue diminuiu em 5 línguas a conta do total de línguas existentes no mundo: enquanto ontem o saite listava 7102 línguas vivas, hoje já registra apenas 7907 – das quais 1495 ameaçadas e 918 em vias de extinção.

Em outras palavras, de ontem para hoje (ou, preferimos crer, da última atualização, em 2015, para 2016) cinco línguas morreram.

“aimarás”, em português = “aimaras”, em espanhol

Evo Morales

O grupo populacional indígena predominante na Bolívia, ao qual pertence o presidente do país, Evo Morales, chama-se “aimara” – apenas em espanhol. Em português, a denominação correta é aimará – palavra oxítona, com acento no último “a”.

aimará é também uma das línguas oficiais da Bolívia – juntamente com o espanhol e com outras 35 línguas indígenas (a Bolívia tem, atualmente, 37 línguas oficiais). Não é correto chamar ao aimará ou a qualquer uma das línguas indígenas “dialetos“.

Como já dito, os aimarás são em espanhol chamados aimaras – sem acento, por ser, em espanhol, palavra paroxítona. Apesar da grafia correta em espanhol moderno ser essa (aimaras no plural, aimara no singular: Los aimaras hablan la lengua aimara), é comum ver também, especialmente na Bolívia, as grafias aymara aymaras, com ípsilon no lugar do i.

O “y” como semivogal foi há muito tempo substituído, na ortografia oficial espanhola, pelo “i”, quando no interior de vocábulos (“rainha” hoje, escreve-se reina, embora historicamente se tenha grafado reyna), tendo-se mantido seu uso apenas no final de palavras (por exemplo “rei”, que continua a escrever-se, em espanhol, rey).

Muitos dos próprios aimarás, porém, preferem a grafia “antiga”, razão pela qual é comum encontrar, sobretudo na Bolívia, a forma aymara – embora essa grafia não seja reconhecida pela Real Academia Espanhola nem conste dos dicionários oficiais espanhóisque apenas registram aimara.

Como o português, a língua espanhola não usa iniciais maiúsculas para nomes de povos e etnias: Los españoles no conquistaron a los aimaras, ou Os espanhóis não conquistaram os aimarás – em oposição à forma em inglês, em que o uso da maiúscula, nesses casos, é obrigatório: The Spanish didn’t conquer the Aymaras.

É importante recordar a diferença da sílaba tônica entre a palavra espanhola (aimara) e sua tradução portuguesa (aimará) sobretudo pelo fato de que a palavra aimara também existe em português, porém com significado diferente: em português, aimara é o nome de uma árvore.

Bislamá: língua nacional de Vanuatu

Um leitor pergunta-nos qual, afinal, a grafia em português da língua nacional de Vanuatu (um país e arquipélago da Oceania, no Pacífico). O país tem três línguas oficiais: o inglês, o francês e a tal língua nacional, a única “nativa” do país: o bislamá.

O nome da língua bislamá vem do francês bichelamar – por sua vez, derivada da palavra portuguesa “bicho-do-mar”  – que, como bem define o Aulete, é a designação portuguesa para um animal marinho, uma espécie de holotúria – animais atualmente mais conhecidos como pepinos-do-mar.

Não há quase rincão do mundo por onde os navegadores portugueses não tenham passado, e naturalmente passaram pelas ilhas de Vanuatu – antigamente chamadas “Novas Hébridas”, e que receberam influências também de colonizadores franceses e ingleses. Dessa mistura de línguas, surgiu o bislamá, língua nacional vanuatuense.

O vocábulo bislamá se encontra devidamente registrado no Vocabulário Ortográfico da Academia Brasileira de Letras (ver aqui) e no Dicionário Aurélio, que define o bislamá (substantivo masculino) como língua “de base inglesa, usada como língua nacional de Vanuatu (antigas Novas Hébridas) e falada, também, nas Ilhas Salomão e em Fíji, no Pacífico Sul.”

 

Qual a tradução de tamazight? Como se chama a língua tamazight em português?

Resposta rápida: A tradução de tamazight é amazigue. A língua tamazight, em português, chama-se amazigue.

Resposta completa: O amazigue, língua berbere, é uma das duas línguas oficiais do Marrocos e uma das línguas nacionais da Argélia. O amazigue é a língua dos povos berberes ou amazigues (que chamam a si mesmos Amazigh).

Já na edição original do Dicionário de Caldas Aulete, publicado em 1881, encontra-se a definição de amazigues – “denominação das populações de origem semítica que falam línguas berberes” – como substantivo e adjetivo, e do substantivo masculino amazigue: “língua berbere da região do Atlas”.

Ademais do Caldas Aulete, a palavra amazigue também consta do Dicionário de Morais e do Aurélio.

Em sua língua, o povo amazigue (ou berbere) chama a si mesmo “Amazigh“, de onde vem a forma portuguesa amazigue. À sua língua, propriamente, chamam Tamazight – que é simplesmente o feminino de Amazigh. Em português, a palavra amazigue é comum de dois gêneros, e refere-se tanto ao povo quanto a sua língua (como em inglês, francês, etc, em que se usa a forma amazigh invariavelmente para ambos – embora também se venha registrando, nessas línguas, o uso da palavra “Tamazight” – que nada mais é que o nome da língua amazigue na própria língua amazigue).