Não é o ‘ecstasy’ simples êxtase?

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Semana passada, a Priberam destacou como “palavra do dia” metilenodioximetanfetamina – nome em português, contam-nos eles, da droga conhecida em inglês como ecstasy.

Ora, se verdade fosse que precisamos de 26 letras para traduzir a palavrinha inglesa, fariam sentido as projeções pessimistas sobre o futuro da língua portuguesa. Felizmente, não é assim: o anglicismos ecstasy, como é natural, já foi aportuguesada a êxtase há muitos anos.

Em 1995, a Folha de S. Paulo nos ensinava o que era a tal droga “Êxtase“. Em manchete de 2011, informou-nos que a polícia apreendera “LSD e êxtase que seriam vendidos em boates de Minas Gerais”.

Dez anos antes, em 1985, a Revista Visão informava que o êxtase, uma moda (à época) de três anos, era considerado “quase tão fascinante quanto o famoso LSD”.

Em 1997, a Revista Ciência Hoje também alertava sobre a proliferação do êxtase.

O carioca O Globo, também, chama êxtase à droga – como se vê aqui, aqui e aqui.

No portal G1 da Globo.com, lemos que a polícia apreendeu “êxtase, LSD e maconha em Araraquara”, e que uma “droga rara, semelhante ao êxtase, é apreendida em Mato Grosso do Sul”, e, poucos dias atrás, contou-nos que a polícia apreendeu “cocaína e 7,2 kg de êxtase dentro de uma casa” em Guarujá, no litoral paulista.

O aportuguesamento êxtase, para o nome da droga, é usado ainda pelo Jornal do Brasil, pelo Correio do Estado, pelo O Dia, pela Rádio Cultura Foz, pelo Diário Catarinense, pelo Região Noroeste, e pelo O Diário – além de ser usado até em publicação do Centro Brasileira de Informações sobre Drogas, da Universidade Federal de São Paulo.

Pronto: está feito o trabalho para vocês, senhores dicionaristas. Mãos às obras, portanto.