Sargenta, feminino de sargento

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“Sargento” é uma palavra normal da língua portuguesa, que, como qualquer outra masculina terminada em “o”, faz plural em “a”: sargenta, feminino registrado no Vocabulário da Academia Brasileira de Letras e nos dicionários, que ensinam que sargenta é a forma feminino de “sargento”, que por sua vez é palavra exclusivamente masculina. “A sargento”, “uma sargento” são formas tão erradas quanto “a menino”.

Em reportagem sobre o papel de militares nos jogos olímpicos do Rio, a rede Globo acaba de afirmar que “mais duas sargentos” acabam de ganhar medalhas. Por favor, Rede Globo: não é porque os militares falam errado que vocês precisam passar adiante esse erro, que até ofende os ouvidos. Não há nenhum motivo pelo qual a palavra sargento seria uma exceção na língua portuguesa – é uma regra de português que os substantivos comuns masculinos terminados em “o” fazem seu feminino em “a”.

E, como ensinam o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa e todos os bons dicionários, “sargento” é palavra masculina (e não comum de dois gêneros: não existe, portanto “a sargento”). E o feminino, completamente regular, é sargenta – palavra devidamente registrada no Vocabulário Ortográfica da Academia Brasileira de Letras e em dicionários.

Em resumo: de acordo com os dicionários, com a gramática e com a Academia Brasileira de Letras, a palavra “sargento” é um substantivo apenas masculino, e o seu feminino é sargenta, e formas como “a sargento“, “uma sargento“, “duas sargentos” são erros grosseiros que até se explicam pela falta de costume (afinal, ainda há, infelizmente, relativamente poucas mulheres nas forças armadas), mas que em termos gramáticos fazem tanto sentido quanto “uma menino” ou “uma brasileiro“.

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