O certo é “Sem se privar de nada” ou “sem privar-se de nada“? Tanto faz. Com verbos no infinitivo, é permitida tanto a próclise quanto a ênclise.
Um leitor pede-nos comentar texto, que acaba de ser publicado em outro site, em que uma professora portuguesa afirma que estaria gramaticalmente incorreto o subtítulo do livro acima – “Como emagrecer sem privar-se de nada“. Segundo a professora, misterioras regras gramaticais obrigariam a próclise, e não a ênclise, nesse caso: “sem se privar de nada” é a forma correta, diz ela.
Mas a professora está errada. Como se ensina em qualquer boa gramática, com verbos no infinitivo, sempre se pode usar tanto a próclise quanto a ênclise. Fica ao gosto do falante.
Como ensinaram o gramático português Lindley Cintra e o brasileiro Celso Cunha, em sua Gramática – a mais vendida tanto de um lado quanto de outro do Atlântico:
É a mesma lição que se lê em todas as boas gramáticas da língua portuguesa – como a Gramática Metódica da Língua Portuguesa, de Napoleão Mendes de Almeida:
…A Gramática Normativa da Língua Portuguesa, de Rocha Lima:
… e a Moderna Gramática Portuguesa, de Evanildo Bechara.
Não dê ouvidos a quem diz o contrário, portanto: com infinitivos, vale a próclise ou a ênclise, ao gosto do falante. É correto, portanto, dizer (e escrever) tanto “para a ver feliz” quanto “para vê-la feliz”; “por medo de o magoar” ou “por medo de magoá-lo“; “Ela começou a falar-lhe”, “Ela lhe começou a falar” ou “Ela começou a lhe falar”; etc.
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